quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Resumo

Sou aquela pessoa que te dá apenas duas opções: Amar ou Odiar. Não há outra.
Costumo dizer que minha maior virtude é o meu maior defeito: tenho uma sinceridade desafiadoramente deliciosa que causa adimiração, respeito e medo. Muitas vezes não sei quando devo frear as palavras. Estou aprendendo...

Ao longo da minha vida conquistei muitos amores até encontrar o meu verdadeiro. Tenho a felicidade de tê-lo ao meu lado. Conquistei também amigos sinceros e verdadeiros. Hoje só está comigo aquilo e quem me faz bem. Egoísmo? Não. ESCOLHA!

Sou do tipo de companheira que se você me ligar chamando pra ir a padaria comprar pão, provavelmente vou te dar uma desculpa e te convencer que é melhor vir tomar um café na minha casa. Adoro receber, amo casa cheia e cozinho prá todo mundo com um prazer absurdo. Mas se precisar de verdade de mim, atravesso o oceano para estar com você e fazer o que você precisar- desde que você esteja dentro daquelas minhas escolhas. Gosto de pessoas, gosto de estar com elas, de conversar, de saber o que elas pensam sobre várias coisas. Prá mim, a inteligência é a coisa mais sedutora que alguém pode ter. Portanto, não tenho a menor paciência para futilidades e para pessoas que dão mais importância a elas do que elas devem ter. Isto também faz parte das minhas e confesso que as pessoas às vezes demoram a entender.

Como uma boa mineira, me mantenho quieta boa parte - o que aos olhos de muitos me transforma em uma genuína antipática. No entanto, aprendi, que só se deve falar quando se tem algo relevante a dizer. Do contrário, é melhor se calar. Isso serve para as outras pessoas também. Sou uma excelente ouvinte, mas também na maioria das vezes prefiro ouvir coisas relevantes, as outras perco a paciência muito rapidamente. Vícios? Não... se o vício é algo que te controla, que te domina, então não tenho. Tenho alguns "hobbies".

Trabalho. E trabalho muito! Aos olhos de muitos parece pura diversão, mas ser responsável por alguns momentos de inesquecível felicidade dos outros não é brincadeira. É trabalho sério. Amo muito do que faço, mas poupo os amigos de saber detalhes, afinal, temos coisas mais interessantes para rirmos e conversarmos quando nos encontramos.

Essa sou eu: amável, amiga, trabalhadora, companheira, determinada, inteligente, dedicada, carinhosa... Porém, dependendo de como você me trata... posso ser o oposto disso tudo.
E isso, ah.. isso é com você.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O que vc vai ser????

VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 9 de novembro de 2008

Protegida por um cavaleiro nobre

Não sei nem consigo me lembrar em que época comecei a gostar de São Jorge. Só me lembro que sempre gostei dele. Sempre tive fé que ele me protege, sempre sei que ele me guarda e sempre soube que sou protegida "por um cavaleiro nobre". Onde eu estiver, com quem e quando eu estiver em qualquer lugar! Salve Jorge.


Eu sou descendente zulu
Sou um soldado de ogum
Um devoto dessa imensa legião de Jorge
Eu sincretizado na fé
Sou carregado de axé
E protegido por um cavaleiro nobre
Sim vou na igreja festejar meu protetor
E agradecer por eu ser mais um vencedor
Nas lutas nas batalhas
Sim vou no terreiro pra bater o meu tambor
Bato cabeça firmo ponto sim senhor
Eu canto pra Ogum
Ogum
Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais
Ogum! Ele vem de aruanda ele vence demanda de gente que faz
Ogum! Cavaleiro do céu escudeiro fiel mensageiro da paz
Ogum! Ele nunca balança ele pega na lança ele mata o dragão
Ogum! É quem da confiança pra uma criança virar um leão
Ogum! É um mar de esperança que traz abonança pro meu coração
Ogum!
(Zeca Pagodinho e Jorge Ben Jor)

Deus adiante paz e guia
Encomendo-me a Deus e a virgem Maria minha mãe ..
Os doze apóstolos meus irmãos
Andarei neste dia nesta noite
Com meu corpo cercado vigiado e protegido
Pelas as armas de são Jorge
São Jorge sendo com praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem
Tendo mãos não me peguem não me toquem
Tendo olhos não me enxerguem
E nem em pensamento eles possam ter para me fazerem mal
Armas de fogo o meu corpo não alcançará
Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é da Capadócia. Salve Jorge!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mais do mesmo

"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:- E daí? Eu adoro voar!Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre.Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração.Não me façam ser quem não sou.Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente.Não sei amar pela metade.Não sei viver de mentira.Não sei voar de pés no chão.Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre. "

Clarice

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Felicidade simples

A simplicidade de um encontro de fim de semana. Jaboticabas, amigos, amor, música e tempo. Como a cada dia a gente vai percebendo que a felicidade está nas coisas mais simples da vida!
Simples e deliciosamente já deixando saudade certamente porque foram aprovadas e nos deram alegria!


"As coisas que restam sobrevivem num lugar da alma que se chama saudade. A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela provou e aprovou. Aprovadas foram as experiências que deram alegria. O que valeu a pena está destinado à eternidade. A saudade é o rosto da eternidade refletido no rio do tempo. É para isso que necessitamos dos deuses, para que o rio do tempo seja circular: “Lança o teu pão sobre as águas porque depois de muitos dias o encontrarás...“ Oramos para que aquilo que se perdeu no passado nos seja devolvido no futuro. Acho que Deus não se incomodaria se nós o chamássemos de Eterno Retorno: pois é só isso que pedimos dele, que as coisas da saudade retornem.

Ando pelas cavernas da minha memória. Há muitas coisas maravilhosas: cenários, lugares, alguns paradisíacos, outros estranhos e curiosos, viagens, eventos que marcaram o tempo da minha vida, encontros com pessoas notáveis. Mas essas memórias, a despeito do seu tamanho, não me fazem nada. Não sinto vontade de chorar. Não sinto vontade de voltar. Aí eu consulto o meu bolso da saudade. Lá se encontram pedaços do meu corpo, alegrias. Observo atentamente, e nada encontro que tenha brilho no mundo da multiplicidade. São coisas pequenas, que nem foram notadas por outras pessoas: cenas, quadros: um filho menino empinando uma pipa na praia; noite de insônia e medo num quarto escuro, e do meio da escuridão a voz de um filho que diz: “Papai, eu gosto muito de você!“; filha brincando com uma cachorrinha que já morreu (chorei muito por causa dela, a Flora); menino andando à cavalo, antes do nascer do sol, em meio ao campo perfumado de capim gordura; um velho, fumando cachimbo, contemplando a chuva que cai sobre as plantas e dizendo: “Veja como estão agradecidas!“

Amigos. Memórias de poemas, de estórias, de músicas. Diz Guimarães Rosa que “felicidade só em raros momentos de distração...“ Certo. Ela vem quando não se espera, em lugares que não se imagina. Dito por Jesus: “É como o vento: sopra onde quer, não sabes donde vem nem para onde vai...“

Sabedoria é a arte de provar e degustar a alegria, quando ela vem. Mas só dominam essa arte aqueles que têm a graça da simplicidade. Porque a alegria só mora nas coisas simples. "

Rubem Alves

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Presente passado futuro do pretérito

Viver do que passou. Apesar de ser difícil entender que passou. Passou. Viver o presente. Apesar de ser difícil. É presente. Difícil inclusive por mais feliz que o presente seja. A gente sempre pensa em ontem a noite ou na manhã de amanhã. Sempre pensa no futuro ou no passado. E o presente? Tá aqui, na nossa cara. Mas nem um banho a gente consegue tomar sem pensar naquilo que fez ou vai fazer depois...


" Se é verdade que a cada dia basta sua carga, por que então teimamos em carregar para o dia seguinte nossas mágoas e dores?Há ainda os que carregam para a semana seguinte, o mês seguinte e anos afora...Nos apegamos ao sofrimento, ao ressentimento, como nos apegamos a essas coisinhas que guardamos nas nossas gavetas! Sabendo inúteis, mas sem coragem para jogar fora. As marcas e cicatrizes ficam para nos lembrar da vida, do que fomos,do que fizemos e do que devemos evitar.Não inventaram ainda uma cirurgia plástica da alma, onde podem tirar todas as nossas vivências e nos deixar como novos. Ainda bem...Não devemos nos esquecer do nosso passado, de onde viemos,do que fizemos, dos caminhos que percorremos. Não podemos nos esquecer de nossas vitórias, nossas quedas e nossas lutas.Menos ainda das pessoas que encontramos, essas que direcionaram nossas vidas, muitas vezes sem saber. O que não podemos é carregar dia-a-dia, com teimosia, o ódio, o rancor, as mágoas, o sentimento de derrota e oressentimento. Acredite ou não, mas perdoar a quemnos feriu dói mais na pessoa do que o ódio que podemos sentir durante toda uma vida. As mágoas envelhecidas transparecem nonosso rosto e nos nossos atos e moldam nossa existência. Precisamos, com muita coragem e ousadia,abrir a gaveta do nosso coração e dizer:Eu não preciso mais disso,isso aqui não me traz nenhum benefício!!! E quando só ficarem a lembrança das alegrias,do bem que nos fizeram, das rosas secas, mas carregadas de amor, mais espaço haverá para novas experiências, novos encontros.Sua vida merece que, a cada dia,você dê uma chance para que ela seja plena e feliz."

(Leticia Thompson)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O outro lado

Sempre achei - e ainda acho - que as coisas são EXATAMENTE do jeito que a gente pinta. Então, nem sempre as vemos do jeito que são. Às vezes basta a gente relaxar, se adequar ao 'batido da lata' e ver com a paciência que os anos - mesmo que não muitos - nos dão. Os anos, o tempo e a convivência. Hoje sou muito mais paciente com a situação do que ontem. E muito mais feliz também.

O outro lado

Como serão as coisas quando não estamos a olhar para elas? Esta pergunta, que cada dia me vem parecendo menos disparatada, fi-la eu muitas vezes em criança, mas só a fazia a mim próprio, não a pais nem professores porque adivinhava que eles sorririam da minha ingenuidade (ou da minha estupidez, segundo alguma opinião mais radical) e me dariam a única resposta que nunca me poderia convencer: “As coisas, quando não olhamos para elas, são iguais ao que parecem quando não estamos a olhar”. Sempre achei que as coisas, quando estavam sozinhas, eram outras coisas. Mais tarde, quando já havia entrado naquele período da adolescência que se caracteriza pela desdenhosa presunção com que julga a infância donde proveio, acreditei ter a resposta definitiva à inquietação metafísica que atormentara os meus tenros anos: pensei que se regulasse uma máquina fotográfica de modo a que ela disparasse automaticamente numa habitação em que não houvesse quaisquer presenças humanas, conseguiria apanhar as coisas desprevenidas, e desta maneira ficar a conhecer o aspecto real que têm. Esqueci-me de que as coisas são mais espertas do que parecem e não se deixam enganar com essa facilidade: elas sabem muito bem que no interior de cada máquina fotográfica há um olho humano escondido… Além disso, ainda que o aparelho, por astúcia, tivesse podido captar a imagem frontal de uma coisa, sempre o outro lado dela ficaria fora do alcance do sistema óptico, mecânico, químico ou digital do registo fotográfico. Aquele lado oculto para onde, no derradeiro instante, ironicamente, a coisa fotografada teria feito passar a sua face secreta, essa irmã gémea da escuridão. Quando numa habitação imersa em total obscuridade acendemos uma luz, a escuridão desaparece. Então não é raro perguntar-nos: “Para onde foi ela?” E a resposta só pode ser uma: “Não foi para nenhum lugar, a escuridão é simplesmente o outro lado da luz, a sua face secreta”. Foi pena que não mo tivessem dito antes, quando eu era criança. Hoje saberia tudo sobre a escuridão e a luz, sobre a luz e a escuridão.

José Saramago

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Passado, presente, futuro, passado...

As novidades geralmente não passam de reciclagens de sentimentos, posturas e palavras. Assim são estes dias...


"Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades. O tempo não para!!!"

domingo, 28 de setembro de 2008

é só isso...

Tranquilidade.
Racionalidade.
Pensamento positivo.
Escolhas.
Sem expectativas.
Entendimento.
Compreensão.
Sossego.
Consideração.
Esquecimento.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ser sem ser pra sempre

Eu por Clarice.
Sinceramente, não me peça para ser quem não sou.


"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre. "

Clarice Lispector

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Coragem

Vejo o quanto as coisas mudam. Vejo o quanto a vista clareia. Vejo o quanto o que era não é e a egnte se pergunta se algum dia devia ter sido. Vejo com a convicção luxuosa de quem está, neste momento, mais fora do que dentro da história que realmente a gente precisa aprender a afinar-se como a linhazinha e ter coragem. Vou. Ajustando-me com coragem.

"O homem nasceu para aprender, aprender tanto quanto a vida permita.
Cada dia aprendo um pouco mais da vida. Sei, agora, que o labirinto também está andando, avançando, evoluindo.
Todo fim é exato. O que a gente tem de aprender é, a cada instante, afinar-se como uma linhazinha, para caber passar no furo de agulha, que cada momento exige. Mas não pode ser analiticamente.
Como nas histórias de fadas, temos de achar e conservar o contato com o gênio que faz tudo isso para a gente.
A gente só aprende bem, aquilo que não entende. E o que não existe de se ver, tem força demais, em certas ocasiões.
O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim. Esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa. Sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo - a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria e mais alegre ainda, no meio da tristeza.
Tudo tem seus mistérios. Tudo o que já foi, é o começo do que vai vir. Quem quer aprender aprende. As coisas influentes da vida chegam assim: Sorrateiras. Ladroalmente.
Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa. Quem desconfia fica sábio.
O sábio fia-se menos na solércia e ciências humanas que das operações do Tao. Muito junto do braseiro, que há gente às vezes que não se aquece direito, mas corre o risco de sapecar a roupa. Eu gosto do amarelo.
Separação inexiste, se há força de Amor e Fé. Sentir saudades é trazer, mais perto ainda, tudo aquilo que a gente pensa perdido.
Pessoalmente, penso que chega um momento na vida da gente, em que o único dever é lutar ferozmente para introduzir, no tempo de cada dia, o máximo de "eternidade". Rezo, escrevo, amo, cumpro, suporto, vivo - mas só me interessando pela eternidade.
Quando aprecio como fruidor uma obra de arte, sinto que isso é para que algo em mim se transforme.
Quando faço arte, é para que se transforme algo em mim, para que o espírito cresça. Tudo é mistério. Tudo é e não é. Ou: às vezes é, às vezes não é. Todos os meus livros só dizem isso.
À parte o que o Cristo nos ensina, só há meias verdades.
Por isso, procuro cada vez mais guiar-me pela intuição, e não pela inteligência reflexiva.
Graças a Deus, tudo é mistério. E no fim a gente esbarra é em Deus. "

João Guimarães Rosa

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Jeitos diferentes paar a coisa simples

Nós somos muito diferentes
Diferentes? Defina diferentes. Gostos? Jeito de ver a vida? Planos para o futuro? Existem casais que são opostos completos e ficaram juntos 75 anos (e felizes - importante citar). Justamente por serem diferentes, aprenderam um com o outro. O mundo cresceu no meio das diferenças. Quem gosta de verdade quer tentar. Não tem nada assim tão fácil nesta vida mesmo.

Não quero correr o risco de perder a nossa amizade
A partir do momento em que se começa a gostar de você a amizade - deste jeito - já era.

Você precisa de alguém mais legal do que eu - O problema sou eu, não você.
Tá bom. É até bacana isto de jogar a culpa em você para que o outro não me sinta tão mal. Mas aí o outro pode cair naquela história sem fim de tentar ajudar você, de ser sua amigo até que você fique melhor e tal… Sabe como? A esperança é a última que morre. Então, ACABE COM AS AS ESPERANÇAS! É MELHOR;

Nossos caminhos tomaram rumos diferentes.
Peraí, peraí… Você está mudando de país? De planeta? Você não gosta mais de mulher? Que caminho é este onde a gente nunca se encontra? Não tem ônibus pra lá? Nem um banquinho de praça pra gente se encontrar na hora da merenda? Meu Deus, pra onde você está indo? Pro inferno? Ah, tá. Tudo bem, mas existe uma desculpa melhor para “não gosto mais de você”.

MEu momento é ficar sozinho. Minha decisão é não querer te ver.
Tá bom. (Esta não merece nem comentários, afinal de contas quer ficar sozinho, certo? Então o negócio é fazer a vontade dele o mais rápido possível)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eu vou

"Em todo meu trabalho, o objetivo é nunca ter vergonha: de quem você é, e do próprio corpo, do próprio físico, do seus desejos, das suas fantasias sexuais. A razão pela qual intolerância, sexismo, racismo, homofomia, existem é o medo. A pessoas tem medo dos seus próprios sentimentos, medo do desconhecido. E o que estou dizendo é: Não tenha medo"
Madona

domingo, 14 de setembro de 2008

O alívio de respirar de novo


Pro dia de hoje... Martha Medeiros e sua "resistência à frustração".
Realmente é preciso contar até 20 e pronto. Começar a respirar de novo.


"Quando eu era pequena, fazia uma brincadeira na piscina que até hoje as crianças fazem: tapar o nariz e a boca e ficar embaixo d'água, contando os segundos pra ver quem consegue ficar mais tempo sem respirar. É bem verdade que a gente não precisa de uma piscina para fazer este teste, pode fazer neste mesmo instante aonde quer que esteja, mas éramos crianças, éramos imaginativos, éramos mergulhadores em alto-mar.

Testar nossa resistência é uma maneira de avaliar o quanto estamos preparados para as adversidades. Serão poucas as vezes na vida que teremos que passar um tempo sem respirar, oxalá nenhuma. Mas serão muitas as vezes em que teremos que testar nossa resistência à frustração .

Um... dois... três... quatro... serão mais do que segundos, mais do que minutos ou horas trancando a respiração, lutando para não explodir. Algumas frustrações levam dias ou meses para serem elaboradas dentro da gente. As coisas quase nunca saem como a gente planejou, há sempre o elemento surpresa, que desencaminha nossos sonhos. É preciso ter muito pulmão para respirar fundo e muita cabeça fria para não botar tudo a perder.

A gente manda um e-mail amoroso e extenso e recebe uma resposta fria e lacônica. A gente organiza uma festa na nossa casa e só aparecem três gatos pingados. A gente combina de ir para a praia no feriadão e pinta, de última hora, um plantão no trabalho. A gente economiza anos para comprar um carro e quando está com o dinheiro na mão, tem que emprestá-lo para alguém que ficou repentinamente doente na família. E as frustrações de amor? Uma atrás da outra. Parece que ninguém reage como a gente espera. Todos uns desmancha-prazeres.

Os que não têm muita resistência saem atropelando, cortando relações, dramatizando o que nem é tão dramático assim. Depois mergulham em longas depressões e custam a voltar à tona. Já os mais resistentes sabem que nada é tão sério nesta vida, a não ser ela própria, a vida, e tratam de aproveitá-la com mais serenidade e paciência. Contam até três, até dez, até vinte, e basta de autoflagelação: voltam a respirar. "

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Voa, voa passarinho...

Vai. Pode ir. Hoje sem limitações. Entendo-as desnecessárias a cada dia. É preciso segurança sem segurar. Viva a sua vida. Vamos viver as nossas e em determinados momentos nos encontrar. Divirta-se e veja como é bom com e sem minha companhia. Sinta saudades. Conheça pessoas. Toque e ouça suas músicas. Leia seus livros. Fume seus cigarros. Lembre-se de mim. Eu vou por aqui. Vai. Pode ir. Hoje, sem limitações. A não ser o seu próprio pensamento.

"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar."
Rubem Alves

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

As estrelas que não procuramos

Cada dia mais, acho que ao "dar nome" as relações corremos o sério risco de nos perdemos. Às vezes é necessário estarmos distraídos para vivermos momentos inesquecíveis. Somos amantes, namorados, amigos, tico-tico no fubá, futuros esposa e marido, terminados, separados???? Prá mim o que vale é a essência. Temos obrigação de nos encontrar, de nos falar, de sermos felizes e atestarmos isso. E mais uma vez falo do essencial. Sempre acreditei que as estrelas cadentes só aparecem quando não as estamos procurando desesperadamente. Caem assim, sorrateiras - quando estamos distraídos.


"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que já eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. "

Clarice Lispector

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O essencial basta

Desconheço o autor, mas concordo com ele.

" Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena.
E pra mim, basta o essencial!"

sábado, 6 de setembro de 2008

Nomes certos prá que?

"O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que era uma cobra que fazia uma volta atrás de casa. Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa. Era uma enseada. Acho que o nome empobreceu a imagem. "

(manoel de barros)

A medida da paixão

É como se a gente
Não soubesse
Prá que lado foi a vida
Por que tanta solidão?
E não é a dor
Que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão...
Foi!O amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Foi!O amor se foi calado
Tão desesperado
Que me machucou...
É como se a gente
Pressentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração...
Foi!O amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Nem me avisou!
Foi!O amor se foi calado
Tão desesperado
Que me maltratou...

(Lenine)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Errante

Há mto não ouvia falar de Florbela Espanca. Hoje ouvi e senti saudades. Sensibilidade docemente amarga se parece com os dias que se passam...

"Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas dos caminhos.

Meu coração o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura…

Meu coração não chega lá decerto…
Não conhece o caminho nem o trilho,
Nem há memória desse sítio incerto…

Eu tecerei uns sonhos irreais…
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!

(Florbela Espanca)

Escondido

"O melhor ainda não foi dito. O melhor está nas entrelinhas"

Clarice Lispector

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Quando o tempo não foi suficiente

'Talvez teria sido melhor dar um tempinho todos os dias para não precisar dar um tempo definitivo quando a situação explodiu. Dar este tempinho seria o que nos manteria interessantes um para o outro, sobretudo quando aquele fascínio do começo do relacionamento passou - e a gente não deve se iludir porque sempre passa. Mas agora é tarde. Explodiu e apesar do nosso amor, não conseguimos mais viver um relacionamento dessa forma. Não dá mais para continuar. Estamos nos desgastando diariamente.'

Outro dia ouvi isso de uma pessoa que terminou um relacionamento. Ele estava confuso e ao mesmo tempo convicto da sua decisão. Por isso resolvi escrever sobre este tema que faz com que as pessoas terminem um relacionamento porque se sentiram sufocados e não tomaram a atitude de mudar a tempo.

Não existe relacionamento que sobreviva tanto tempo a uma caixa fechada com duas pessoas dentro, uma televisão e uma cama. Sempre soube que isso não era garantia de felicidade.É necessário fazer uma caminhada sozinho, sair com amigos, conviver com as famílias (a sua e a do outro, juntos e separados) para se lembrar de que existem problemas em todas elas e em todos os relacionamentos e que cada uma tem a sua delícia, suas dificuldades e seus momentos de pura diversão... Ou ainda, ir ao futebol, ficar uma noite sem telefonar, passar o sábado concertando o rádio velho, ou simplesmente dormindo... São tempos que damos a nós mesmos.È necessário sair para tomar um chopp com as amigas, ver e ser vista e conhecer outras pessoas, passar o sábado de manhã fazendo compras, freqüentar a academia, levar o cachorro ao pet, assim como o outro tem necessidade de fazer a mesma coisa. Aí, para quando os dois se encontrarem, existirem novidades! Novas idéias, novos passeios, novas habilidades, novos amigos, novos assuntos!

Mas também, os momentos só dos dois são importantíssimos, somente os dois, sem necessariamente estarem “encaixados um no outro”, mas apenas juntos, convivendo no mesmo espaço, conversando qualquer coisa enquanto cada um faz algo diferente. Isso demonstra que ambos gostam da companhia um do outro, acima do sexo, com e sem silêncio.

É igualmente necessário que um ouça “de verdade” o que o outro tem a dizer, sem achar que é conversa demais. Muitas vezes, por trás de inteligência, sucesso profissional e independência, existem dúvidas, escolhas precisam ser feitas, queremos a opinião do outro para decisões importantes e que – sim! – poderiam ser tomadas sozinhas, mas por ser um relacionamento maduro, entende-se que não há nada melhor do que compartilhar, mesmo que seja apenas para saber como o outro pensa sobre determinado assunto.Relacionamento maduro é isso: uma grande troca, equilibrada com diálogos quem não devem se transformar em discussões. Com isso, gostaria de dizer não só a ele, mas a todos os casais que terminam por esse motivo, que terminar um namoro não é um crime, que ele não precisa se sentir culpado - se há amor, entendo este término decidido por uma das partes, mais como um pedido de tempo sem direito a negação do outro - e que isto precisa ser aceito pelo outro com sabedoria, coração aberto e, por que não dizer, coragem de ambos, porque, ao decidir se afastarem e terminarem, os dois se tornam vulneráveis a si mesmos e ao seu entorno.

Porém, senhores, se foi necessário acabar um relacionamento por causa da tal "falta de tempo" é porque não houve diálogo antes, não houve bom senso, não houve nada do que eu disse acima, ou seja, o relacionamento já começou torto e o término quando os dois se gostam e não conseguiram resolver o problema juntos, é simplesmente um remédio que pode funcionar bem em alguns organismos e não tão bem em outros.

Pode ser que um sinta a falta do outro e mesmo sem esse diálogo que faltou, eles resolvam que ainda vale a pena tentar de novo. Mas isso requer maturidade de ambos para saber dar um passo atrás e reencontrar o passo do outro para caminharem juntos novamente. É possível que esse afastamento nunca acabe e que os dois se percam um do outro e percam a oportunidade que de viver uma vida feliz um ao lado do outro se respeitando. Aí é cada um para um lado mesmo, em velocidades diferentes e perdendo. É possível também que durante esse afastamento, os dois tenham tempo para si e para refletir o que cada um fez de fato para contribuir para que as coisas explodissem e o mais importante de tudo: esquecerem os erros do outro e assumirem para si mesmos os seus erros e suas falhas que contribuíram para chegarem ao ponto em que um ou os dois tenham desistido do relacionamento. Nesse momento - que pode demorar um tempo maior - e somente neste momento, é que os dois irão conseguir perceber se o amor que juravam um ao outro em palavras, gestos, planos e declarações era sólido o suficiente para que os dois percebam que ainda há tempo.

Por fim, quero dizer que é importante que os dois tenham paciência e bom senso para entenderem que o fudamental em uma relação, além de amor - isso para mim é indiscutível porque aqui estamos falando de duas pessoas que se amam antes de tudo!- é a amizade, a cumplicidade e o respeito ao tempo do outro e ao seu próprio tempo - sem se sacrificar, sem sofrer com medo que o outro sofra, sem ser egoísta mas respeitando e expondo os seus próprios limites, tornando o relacionamento mais sólido. E mesmo que seja preciso um rompimento para tomarem consciência de que se se dispuserem a ceder sem cobrar por isso o relacionamento pode acontecer, que sejam maduros o suficiente, como já disse acima, para assumirem, se reencontrarem e retomarem a história de onde pararam. Com uma única e valiosa diferença: a certeza de que se amam e de que acreditam que é possível voltarem a sonhar numa mesma direção com a disposição real de fazerem diferente.

Mas eu não falei tudo isso a ele. Isso ele irá aprender com o tempo. O que eu disse a ele naquele momento foi: se há amor, vontade e consciência, vocês irão perceber que com disposição verdadeira de vocês dois de se darem esse tempinho todos os dias quando estiverem juntos novamente, vocês ainda podem fazer suas apostas no relacionamento de vocês. Mas é preciso que tenham este tempo agora para enxergarem isso com clareza e convicção. Não percam muito tempo. Não desistam de um grande amor pela incompetência dos dois em gerenciarem o tempo de vocês. Lutem, pensem, sejam firmes e logo vocês verão que quando se cresce junto, admitindo os erros e se propondo a corrigí-los vocês só terão a ganhar. Em tudo na vida de vocês. Isso é a vida de vocês. Vivemos para nos juntar a outra pessoa e dividir com ela. Se você já encontrou alguém para dividir as suas conquistas, seus planos, seus sucessos, suas angustias e uma taça de vinho, sinta-se um privilegiado neste mundo onde a maioria das pessoas é tão egoísta e não deixe que o tempo - ou a falta dele - te faça perder este presente.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Dia após dia

Sabemos como é a vida: num dia dá tudo certo e no outro as coisas já não são tão perfeitas assim. Altos e baixos fazem parte da construção do nosso caráter. Afinal, cada momento, cada situação, que enfrentamos em nossas trajetórias é um desafio, uma oportunidade única de aprender, de se tornar uma pessoa melhor. Só depende de nós, das nossas escolhas...

Não sei se estou perto ou longe demais, se peguei o rumo certo ou errado. Sei apenas que sigo em frente, vivendo dias iguais de forma diferente. Já não caminho mais sozinha, levo comigo cada recordação, cada vivência, cada lição. E, mesmo que tudo não ande da forma que eu gostaria, saber que já não sou a mesma de ontem me faz perceber que valeu a pena...tudo.

Pequenas coisas são grandes coisas

"No íntimo todas as pessoas são frágeis e sensíveis. Não acredito que a idade ou a experiência façam muita diferença. Até as pessoas mais grosseiras carregam no seu interior sentimentos de ternura e emoções do coração. É por isso que, nos relacionamentos, as pequenas coisas são as grandes coisas."
Stephen Covey

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Nome...eu.Invenção de inventar.

Tenho 30 e poucos anos e um nome inventado. É, já nasci assim, sem seguir regras, normas e sem ter sido batizada com uma daquelas sugestões dos guias vendidos em bancas de revista com significados de nomes para bebês. Não carrego a culpa de carregar um nome que custou R$1,99. Eu carrego mais. Com meu nome inventando eu posso me dar o significado que eu quiser. Minha missão de vida é essa: me inventar e me significar. Sou aquela que ama demais, aquela que fala demais, aquela que escuta demais, sou o excesso bem calculado de uma vivência contida. Sou também um remendo, uma costura. Invento meu nome, invento meu significado, invento a vida que eu quero. Me amo e me rasgo e depois me remendo, me reciclo, juntando as partes que nunca perdi. Sonho com o futuro, invento o passado e não me contento com o presente. Da vida eu quero é mais. Não perco tempo com copos meio cheios ou meio vazios, meu copo tá sempre transbordando. Sigo minha estrada inventada, anuncio meu nome inventado e aguardo a porta certa se abrir. Porque um dia a porta vai se abrir, e caso não abra,eu chuto, porque quem se inventa, também não gosta de esperar. Movo meio mundo por quem amo e a outra metade eu movo por mim mesma, não deixo é nada parado. Me preparo para os outros 30 e poucos anos que ainda vou viver, e para, no final, tirar a média e me dar um significado. Se bem que já posso mandar incluir meu nome em um dos guias. - aquela que inventa formas de ser feliz, que inventa amores, que inventa beleza onde não há, que inventa felicidade onde só há dor, que se inventa e tenta ter a vida que ela inventou para si e de si.

Só um café

Você pode me dar o mundo e o mar, mas ontem... ah, ontem eu só queria um café!

Desculpas pelas palavras duras

"É fácil trocar as palavras
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor
Difícil é conter sua torrente!
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa
As dos outros são olhares
São gestos, são palavras
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."

Fernando Pessoa

"Falar é completamente fácil,
quando se têm palavras em menteq
ue expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá."

Carlos Drumond de Andrade

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Intimidades do mundo

Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca
b) 0 modo como as violetas preparam o dia para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre 2 lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
Etc.etc.etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.

Manoel de Barros

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Os limites

"Estou penetrando no tempo e saindo do espaço. Descobrindo outra dimensão além dos dedos da mão. Algo mais denso se criou sob a couraça da minha casca. Algo mais tênue que uma membrana, mas como um centro de dor colorido. Já aprendi os limites da ilha, já sei onde sopram os tufões, e como o naufrago que se salva estou me autocartografando. Me sinto como uma pedra que não precisa exibir preciosidade, porque já não cabe em preços. E como uma ave que canta, não para se denunciar, mas para amanhecer. Estou passando da reta, à curva. Da quantidade, à qualidade. Cheguei ao primeiro grande patamar. Posso mais do que olhar pra trás, posso me abismar. Já criei minhas asas para voar sobre ele (o abismo)."

não sei de quem...

domingo, 17 de agosto de 2008

Silêncio

"A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio. Escrevo por acrobáticas aéreas piruetas - escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio." (Clarice - Água Viva)

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

Clarice Lispector

domingo, 10 de agosto de 2008

Solidão

"...Quando a âncora do meu navio encosta no fundo, no chão.Imediatamente se acende o pavio e detona-se minha explosão.Que me ativa, me lança pra longe pra outros lugares, pra novos presentes.Ninguém me sente...Somente eu posso saber o que me faz feliz.Sou um móbile solto no furacão.Qualquer calmaria me dá... solidão..." (Paulinho Moska)

domingo, 3 de agosto de 2008

Quem?

Não! Nada de nada...Não! Eu não lamento nada... Nem o bem que me fizeramNem o mal - isso tudo me é igual! Não, nada de nada... Não! Eu não lamento nada... Está pago, varrido, esquecidoNão me importa o passado!Com minhas lembranças Acendi o fogo Minhas mágoas, meus prazeresNão preciso mais deles! Varridos os amores E todos os seus tremoresVarridos para sempre Recomeço do zero. Não! Nada de nada... Não! Não lamento nada...! Nem o bem que me fizeramNem o mal, isso tudo me é bem igual! Não! Nada de nada... Não! Não lamento nada... Pois, minha vida, pois, minhas alegrias Hoje, começam com você!


A resposta para a vida e para a morte é simples. Está na palma da minha mão. Observem.Jogou o pó para cima. Ele permaneceu suspenso como uma nuvem turva por um segundo antes que a brisa o levasse embora.- Pensem no que acabaram de ver. O pó retém sua forma por um breve momento quando o jogamos no ar, assim como o corpo retém sua forma durante sua breve vida. Quando o vento o faz desaparecer, para onde vai o pó? Ele volta para sua fonte, a terra. No futuro, esse mesmo pó permitirá o crescimento da grama e será engolido por uma gazela que irá comer a grama. O animal morre e volta ao pó. Agora imaginem que o pó venha até vocês e pergunta: "Quem sou eu?". O que vocês dirão a ele? O pó está vivo numa planta, mas está morto sobre os nossos pés, numa estrada. Move-se dentro de um animal, mas fica inerte quando está enterrado nas profundezas da terra. O pó contém a vida e a morte ao mesmo tempo. Então se vocês responderem a pergunta "Quem sou eu?" com uma meia resposta, estarão comentendo um erro.


Porque choras?
- Por que hoje vi várias pessoas mortas no rio Ganges, e ao lado de seus corpos as pessoas se banhavam. Pareciam celebrar a morte ao invés da vida...Porque nascemos nesse mundo cheio de dor e sofrimento? Não entendo porque estamos destinados a nascer sofrer a vida inteira e depois simplesmente morrermos. Por quê?
- Lucas, parece que você se esqueceu...
- Me esqueci de quê?
- Onde há dor, tristeza e sofrimento, há também alegria e felicidade. E o contrário também é verdade. Tudo na vida é transitório, inclusive a própria vida.Uma flor que nasce, e murcha, jamais torna a florescer. Assim como a estrela com maior brilho, um dia se apaga.Ao longo da vida, os homens aprendem a amar as pessoas, e também a odiar outras. Elas experimentam a felicidade, a tristeza, o amor, o ódio, elas riem e choram também. Tudo é transitório. A morte não é o fim de tudo e sim apenas mais uma transformação.

Forte. Sensato. Encontrei não me lembro onde e infelizmente não sei de quem é a autoria!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Control + Alt + del

Acho que não vou dizer que te amo, vou mandar um e-mail com um anexo em Power Point com alguma mensagem do Mário Quintana e aquele arquivo MP3 ao fundo, de uma música linda que ninguém nunca ouviu. Ou então, ao invés de me declarar a você, vou publicar uma declaração de amor no meu blog com alguns detalhes para você sacar que é pra você! Ah, não vou te chamar pra sair não, vou mandar um scrap pelo Orkut com o link de um cyber café bacana para os apaixonados. Você verá o link e com certeza me convidará para sair. O quê? O seu coração tá cheio? Que nada! Joga aí umas pessoas fora, esvazia a lixeira ou troca logo de servidor, que eu ganho o meu espaço. Mas se eu não gostar, formato meu coração e reinstalo tudo de novo. Talvez dê até pra ser mais feliz. Sabe como é, neste mundo informatizado a cada dia saem novas opções pra gente fingir que vive, aqui, do outro lado da tela do computador.

Este depoimento jamais será meu. Não gosto, acho idiotice, coisa de gente triste e vazia se relacionar pela internet. Elogios, contatos e conversas precisam ser reais e ao vivo. Quem precisa se declarar - e trair seu amor real - no mundo virtual, não merece um amor de verdade.

Clarice

Gosto de Clarice. Nunca soube direito exatamente porque. Mas Clarice é melancólica e eu também sou. Clarice gosta da solidão e faz dela o alicerce que a sustenta. Talvez essa nossa semelhança faz com que eu goste de ler seus livros. Talvez seja isso. Sei que a melancolia não me entristece. Ao contrário, normalmente me fortalece, me faz ver a beleza da simplicidade. Não consigo entender o porque e como as pessoas procuram refúgios nos bares, nas ruas, nas outras casas... não conseguem ficar consigo mesmas. Isso é preocupante. Uma vez ouvi que boate é coisa de gente triste. Atrevo-me a falar mais: viver na rua, nos bares, nas outras casas... isso é coisa de gente triste. É preciso um tempo para si, para viver a melancolia de ser você. Falo isso porque é o que tenho presenciado diariamente e justamente por isso, vejo o quanto é importante ficar em minha companhia.

1947 Berna - Suiça "Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro...há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu...Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma". Clarice Lispector

sábado, 21 de junho de 2008

Paciência pedia pela ausência concentida

Ele me pede paciência
Eu dou a ele itinerância e urgência
Ele me pede paciência
Eu lhe dou incenso
Pedes-me paciência?
O que te dou é o que intento
Dou-te Absinto, dou o que me corrói
Desassossego
Um cigarro maldito pela Inquisição Ultra-Conformista
Pedes-me paciência
Eu te dou estertor
Os últimos suspiros
Da filosofia poética
Pedes-me paciência
Dou-te meu amor verdadeiro
Pedes-me espera?
Eu te dou anecessidade
De que família é esse amor?
Dos tubarões, das cinderelas.
Pedes-me paciência e te dou: língua
A última lingerie da moda e camisinha irresistente
Pedes-me paciência
Eu te dou um pensamento
Cachaça bem destilada e cerveja gelada nas noites de inverno
Prometo um bonde e te dou um "trem'
Aí sinto vontade de apertar a sua mão.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

é

"Havia algum espaço vazio entre o que ele conhecia e aquilo em que tentava acreditar, mas nada podia ser feito, pois se não tem jeito, deve-se aguentar" (Annie Proulx )

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Simplesmente complicado

É isso. Simplesmente complicado sentir. Sentir assim, sentir esse fiozinho de não sei que. É simplesmente muito difícil. Mas o tempo, dizem é o senhor que cura todos os males. Que seja.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Hoje

" O exercício do silêncio é tão importante quanto a prática da palavra."

Quem disse que sou um covarde que sucumbe às dificuldades? Quem disse que sou massa mantida com alimentos? A Vida não é feita de cêra, não é feita de gesso. Sou um ciclone, um furação, um redemoinho. Transformo o ambiente como se dobrasse um arame no aspecto que eu desejo. Sou um com a força poderosa que criou o Universo. Sou a própria energia que da atmosfera faz o relâmpago, que transforma os raios Solares em arco-íris , que faz explodir vulcões e que criou o sistema solar a partir da nebulosa. Não importa o ambiente nem o destino. Na hora exata, quando eu quiser, liberto-me da dificuldade, como uma enguia que se liberta passando pelas fendas do muro de pedra. Não sou ferro, não sou argila. Sou Vida, sou energia viva.Não sou matéria inerte moldada pela situação ou pelo destino. Sou como o ar: quanto mais comprimido for, mais força manifesto tal como a bomba que explode a rocha. Sou a VIDA que, no momento certo, rompe impetuosamente a situação ou o destino. Sou também como a água. Nenhuma barreira poderá represar-me e impedir que me torne um grande oceano . . Se barrarem a minha passagem colocando grandes pedras no meu leito, converter-me ei em torrente, em cachoeira, e saltarei impetuosamente. Se me fecharem todas as saídas, eu me infiltrarei no subsolo, permanecerei oculto por algum tempo, mas não tardarei a reaparecer. Em breve estarei jorrando através de fontes cristalinas para saciar a sede dos transeuntes. Se me impedirem também de penetrar no subsolo, eu me transformarei em vapor, formarei nuvens e cobrirei o céu. E chegando a hora, atrairei furacão, provocarei relâmpagos e trovões, desabarei torrencialmente, inundarei e romperei quaisquer diques e serei finalmente um grande oceano.

MASAHARU TANIGUCHI

terça-feira, 20 de maio de 2008

Saudade

"Não sei se saudade tem cor. Dizem que sim. O que eu sei é que ela tem forma. Tem gosto. Tem cheiro. E peso também. E, acreditem, ela tem asas!!! Se não, como nos transportaria tantas vezes a lugares tão distantes? E sei ainda que ela se agiganta quando mais tentamos diminuí-la. Sei que ela dói de dor intensa e sem remédio. Se não fosse ela, não sei se teríamos consciência do tamanho da importância das pessoas pra gente. Porque quando amamos alguém, a saudade já chega por antecipação, sorrateira, disfarçada de algo que não conseguimos decifrar. É aquela dor fininha de não sei o quê, a angústia boba que nos invade. E a gente fica meio sem saber o que fazer.É amor disfarçado de muita coisa. São emoções guardadas bem lá no fundo. E, muitas vezes, ela tem nome. "

Não é meu este escrito, mas concordo com ele

domingo, 11 de maio de 2008

Eis a razão de estar assim

“Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida... Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito é o mesmo que cravar uma faca no peito.Esta vida é um punhal com dois gumes fatais: não amar é sofrer; amar é sofrer mais”!
Juca Mulato.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

...

... ... ... ...

O tempo vai passar.

domingo, 4 de maio de 2008

Sem peguntas

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem número, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas isso te custaria a tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Aonde leva? Não perguntes, siga-o!"

Friedrich Nietzsche

E era tão real, que eu só fazia fantasia

"Eu era tão feliz
E não sabia, amor
Fiz tudo que eu quis
Confesso a minha dor...

E era tão real
Que eu só fazia fantasia
E não fazia mal...

E agora é tanto amor
Me abrace como foi
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu vôe...

E o que passou, calou
E o que virá, dirá
E só ao seu lado
Seu telhado
Me faz feliz de novo...

O tempo vai passar
E tudo vai entrar
No jeito certo
De nós dois...

As coisas são assim
E se será, será
Prá ser sincero
Meu remédio é
Te amar, te amar...

Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo
O que eu sinto
Longe de você...

E agora é tanto amor
Me abrace como foi
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu vôe...

E o que passou, o que virá, dirá
E só ao seu lado
Seu telhado
Me faz feliz de novo...

O tempo vai passar
E tudo vai entrar
No jeito certo
De nós dois...

As coisas são assim
E se será, será
Prá ser sincero
Meu remédio é
Te amar, te amar...
Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo
O que eu sinto
Longe de você..."

Musiquinha saudosista ao som de Marisa.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Mínimo e máximo

No mínimo um engano. No máximo alguém que não mereça mais do que algumas palavras. Êta menina de Santo forte, meu Deus! Sempre o lugar certo, na hora certa.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Um índio descerá de uma estrela brilhante

Conheci. Gostei. Tenho reparado muito mais em quem me fez conhecer...
Menino, as vezes a gente precisa mesmo de uma lente prá aumentar a visão.
Taí.


"Vou por atalhos
Se faço curva faço nó
Eu não tenho timão nem direção maior
Criando a talhos, a golpes de satisfação
Faço escultura em luz de lampião
Meu oriente é rente à televisão
Dos passos que passeiam no Japão
Menino, a lente é vidro de aumentar visão
E a mente é de alimento à solidão
Porque eu não quero ficar aqui
Enquanto uns dormem
Quero um balão pra poder subir
E avise que vou voltar se não cair
Fazendo um talho
A ponta de faca sem dó
Entrega ao punho sua direção
E assim me valho
De verbo ou de coisa melhor
E aceito a cicatriz como perdão
Deixa eu me explicar sem medo
Tão mais cedo quanto for
Assim não é preciso impressionar
Cale-me com um segredo
Que eu não possa ver a cor
Talvez seja mais fácil de acordar
Se eu não puder viajar
Me encontre aqui
Talvez eu vá me esconder em mim "

(Los Porongas)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Ah!E tem mais isso.

Ah! E tem mais "isso"...
Isso que acontece com a gente, acontece sempre com qualquer casal.
Isso ataca de repente, não respeita cor, credo ou classe social.
Parecia que não ia acontecer com a gente!
Nosso amor era tão firme, forte e diferente...
Não vá dizer que eu não avisei você, olha o que vai fazer!
Não vá dizer...
Não adianta mesmo reclamar, acreditar que basta apenas se deixar levar.
Isso, que atrapalha nossos planos, derrubou o muro, invadiu nosso quintal.
Isso... passam-se os anos, sempre foi assim e será sempre igual.
Isso, isso...
Não vá dizer que eu não avisei você, olha o que vai fazer!
Não vá dizer isso...
(Titãs)

Confesso

É isso. Nunca vi tanto a razão brigar com a emoção. O querer com o não querer. A indecisão.
Engano. Esta palavra fala muito neste momento e traduz EXATAMENTE o sentimento. Dizem que o amor nos cega. Eu digo mais: ele nos paraliza e nos impossibilita de ver o que está alí na nossa frente. Não sei também se é engano ou expectativas "irreais" que criamos em torno de uma pessoa que não dá conta de ser nem um terço do papel que lhe damos. E fantasiamos. Fantasiamos e nos colocamos a entender e atestar para nós mesmos que a outra pessoa é o que queremos que ela fosse. Só que não é. E aí quando vmos descobrindo aos poucos que aquela pessoa nada tem a ver com a pessoa que a gente criou, vem o misto de tristeza, decepção, desilusão. Ao mesmo tempo não queremos perder. Mas quando nos perguntamos o que não queremos perder, confundimos a nossa criação com a criatura. Confundimos também com o status 'não ser solteira'. No fundo, a pergunta é: vc quer aquela pessoa do jeito que a cada dia vc descobre que ela é ou quer aquela pessoa que você criou?
Realmente é uma briga comigo mesma que tenho que travar. Mas confesso, hoje acordei achando tudo diferente.

"Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final
Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer

Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais"

(Ana Carolina)

terça-feira, 22 de abril de 2008

"Levanta,sacode a poeira e dá a volta por cima!"

Não adianta. Tem vezes em que é inevitável a gente escorregar e cair. Seja por um pensamento, seja por uma ação ou pela falta dela. A gente cai e não tem jeito. No meu caso, caí pela falta de ação, pela ação e pelo pensamento. Cai.

A gente pode até dizer que isso faz parte da evolução. Não adianta achar ruim. Caiu tem que levantar. Seja pela lei da evolução, seja pelo que for. É ruim, é péssimo, a gente se sente literalmente no chão.

Caiu? Levanta. Levantou? Então agora faz bonito. Não adianta a gente cometer um erro uma vez, reconhecê-lo posteriormente e depois continuar a cometê-lo como se nada tivesse acontecido. Aí isso é involução não evolução. Todo esforço é recompensado. Tem que ser.

Como diz a música: "Reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima"

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Acostumados

O mundo e as relações humanas são, no fim das contas, absurdamente previsíveis. A gente sofre é por costume mesmo. Acabamos vendo, ouvindo e lendo repetições que parecem novas, mas que claramente são velhas, antigas, antiquadas. E ficamos com lágrimas nos olhos. Justamente por sabermos disso.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Bem. Apesar de.

"Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morre. Inclusive muitas vezes é o próprio "apesar de" que nos empurra prá frente."
Clarice Lispector.

terça-feira, 15 de abril de 2008

O mal e o bem

O que é a maldade? É querer demais e meter os pés pelas mãos? É acreditar em uma pessoa e ser enganada por ela?É ouvir uma mentira e não acreditar nela? É pensar e falar?Se for isso, quem não tem o seu lado mal?

Bondade é ter o coração puro. É querer bem ao outro. É cuidar. É se importar. É dar sem intenção de receber.

Clichês. Não há quem seja só mal ou só bom em uma relação. Há momentos em que as coisas afloram e as pessoas vivem.

Uns gostam tanto que se ajudam a dosar esses sentimentos, outros gostam menos e desistem ao menor sinal de complicação.

E assim caminha a humanidade!

domingo, 13 de abril de 2008

Amelie Poulan

Me entreguei a um amor. A uma história, a uma pessoa, a uma vida, a muitos planos. A uma sinceridade, a uma familia, a um enorme sentimento. Amor sincero. Amor grande que não cabia no peito e era difícil controlar. Planos de uma vida. Aqueles planinhos que a gente faz de filhos, casa, casamento, netos, nosso canto. Coisas que parecem pequenas mas que eram grandes demais prá mim. Me entreguei sim. De verdade. E por mais atritos que existissem, o amor era maior. Nossa vida juntos e nossos planospareciam que sobreviveriam a tudo porque acreditávamos nele.Ou eu acreditava. Risos e carinhos que se transformaram em lágrimas e decepção. Difícil acreditar que tudo pode terminar assim, numa tarde, com uma mentira desvendada. Tudo por causa de uma pessoa que jamais vai entender esse sentimento porque ela nunca esteve sentindo o que a gente sentia juntos. Chegou de fora e talvez prá ela seja só mais um dia e mais uma história. Talvez prá ela, ser a causa do fim de um grande amor, não signifique absolutamente nada. É possível que se sinta assim e que ainda subestime as minhas atitudes. Estar do lado de lá é sempre mais fácil e mais leve. Estar do lado de cá é ver o que era inteiro se tranformar em cacos. E sentir muito por isso.

Dores de amores

Tropeçar com a ponta do dedão. Prender o dedo na porta. Tomar uma pancada no nariz. Cortar o dedo com uma faca. Cair da cama. Escorrergar numa casca de banana. Arrancar uma casquinha de machucado. Queimar a dedo no esqueiro. Ascender o último cigarro pelo filtro.Tomar um choque no chuveiro. Bater o cutuvelo numa quina. Torcer o pé num buraco. Tropeçar e cair escada abaixo... Por mais doido que tudo isso possa ser, procurei mas não consegui encontrar algo que traduzisse a surpresa, a dor e a decepção que sinto hoje. Me sinto derretendo como Amelie Poulan.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Entregas

Hoje foi dia de pensar na rotina. Em como ela nos ajuda a organizar as coisas mas também em como ela pode fuder a vida da gente. Aí vejo como é fundamental procurar angulos diferentes mesmo nas mesmas coisas e também respeitar e viver as diferenças. Porque o que mata é chegar ao final do dia e perceber como ele passou rápido. Não é o dia que passa rápido. São os acontecimentos dele que foram completamente relevantes. É viver intensamente as diferenças que faz com que o tempo se torne mais longo. Em outras palavras o que faz o tempo parecer curto é a r-o-t-i-n-a.

É preciso fazer diferente. Mesmo que sejam as mesmas coisas. O tempo e a vida gritam para sair da rotina e parar de repetir as coisas, os lugares, as conversas e principalmente as pessoas.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Fantasias e indecisões

A fantasia aparece. Assim. De repente. Com pernas e asas ela começa a existir. Voa. Vez enquando nos corroe por dentro, outra vez vem com um sorriso escancarado, vem trazendo junto a idencisão e por aí vai -ou vem-. Daí a pouco, olha a gente jurando de pés juntos que é verdade, que tem sentido, que pode ser assim. Daquele jeitinho. E tratamos logo de arranjar argumentos, defesas e certezas para que ela se torne ainda mais verdadeira. Se apega a ela, mesmo que nos faça mal. Quando nos faz bem então... aí é que a gente teima em acreditar. Entender as pessoas, as cabeças e suas fantasias não é tarefa fácil. Não é mesmo. O que se passa no universo do ouro? Que fantasias existem? Como e porque a gente se deixa afetar por fantasias alheias? Histórias, casos e acasos demoram uma vida para serem criadas ou um suspiro. E tudo pode mudar alí, naquela hora.

Hoje penso nas fantasias. Os acontecimentos do dia me fizeram pensar nelas. O que a gente cria se torna verdade desde que a gente acredite. Mas aí é preciso arcar com as consequências. Principalmente das nossas verdades- e daquelas dos outros que teimamos em acreditar. Então me veio à lembrança uma manifestação dessas que a gente precisa estar muito distraído para poder perceber. Foi em 2005. Uma das provas mais reais que tive de que a fantasia é a melhor coisa que existe.

Foi na entrada da aldeia de Ollantaytambo, perto de Cuzco. Eu tinha me soltado de um grupo de turistas e estava sozinha, olhando de longe as ruínas de pedra, quando um menino do lugar, esquelético, esfarrapado, chegou perto para me pedir que desse a ele de presente uma caneta. Eu não podia dar a caneta que tinha, porque estava usando para fazer minhas anotações. Então me ofereci para desenhar um porquinho na sua mão. E parece q correu a notícia. E de repente um enxame de meninos queria que eu desenhasse em suas mãozinhas rachadas de sujeira e frio, pele de couro queimado: havia os que queriam um condor e uma serpente, outros preferiam periquitos ou corujas, e não faltava quem pedisse um fantasma
ou um dragão. E então, no meio daquele alvoroço, um pequenininho que não chegava a mais de um metro do chão me mostrou um relógio
desenhado com tinta negra em seu pulso:
- Quem mandou o relógio foi um tio meu, que mora em Lima - disse.
- E funciona direito? - perguntei.
-Atrasa um pouco - reconheceu.

Ah, é por tudo isso e mais que acho que uma mudança no trabalho nos faz criar fantasias incríveis como as que vem acontecendo.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Da amizade, solidão e outras emoções...

Hoje recebi um email de uma amiga se queixando da solidão. Reclama que está numa cidade distante a trabalho mas que se sente só. Pedia que lhe enviasse boas energias. Isso eu sempre faço para as pessoas que me são caras. A ela, mandei também Rubem Alves:

Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida. Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.“ Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim. Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que “o inferno é o outro.“ Me lembro também de Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond: “...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília...“ Sim, lá estava ela delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe, muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha. O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão... "

domingo, 6 de abril de 2008

Começar...

Começar a pensar em como começar, me faz lembrar Rubem Alves "as letras soltam das nossas mãos e a partir daí não nos pertencem mais". E é isso. Sem inteção alguma e com todas as inteções, começo. Num dia londrino no meio das montanhas das Minas Gerais. Chuva com gosto de cama, de carinho e um tom nostálgico do que podem vir a ser as letras que irão se soltar. Vontade de rir, de não pensar e de falar. Numa noite sem lua, começa a história do Lilla Moon. É isso.