segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um preço alto demais

‎''Não crie martírio para fazer as pazes. Qdo o entendimento custa caro,é possível que o outro não tenha como pagar (ou nem se disponha a pagar tanto). Carpinejar

Ó, quer saber: é isso mesmo. Muito martírio, muito drama por uma dúvida. Quer saber? Sou eu, preciso de gostar mais de mim e estou me despertando prá isso. Prá que tentar algo sozinha? Qdo um não quer - e aparentemente não quer mesmo - dois não brigam, não ficam e não nada. Se tá melhor assim, se as companhias são as mais bacanas, se os lugares são melhores, se as risadas são mais abertas, se a prioridade não for mesmo eu... o que fazer? Exaustão. Exaustão. Noites em claro, falta de fome, dores no estômago... me permiti tudo isso e não me permito mais. Preciso da prioridade que tanto dediquei Prá hoje, prá ontem, prá esse momento. A vida nos chama o tempo todo e não dá prá ficar aqui parada esperando as decisões. Me sinto numa prateleira. Como sempre dizem, quem quer, quer. Sem subterfúgios. Se não quer, é lógico que é triste, que é duro e que é sofrido. Mas até quando continuar assim? Fiz uma última tentativa. Espero que eu seja tratada como prioridade. Se não for, vejo que realmente chegou o meu momento.O respeito, a consideração e o amor falarão muito mais alto... Se ficarem mudos é sinal que não existem mais. Aí... o preço da espera será alto demais e não me disponho mais a pagá-lo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

E agora?

Ficar sem rumo,ficar sem onde pisar, perder o ar. Não sentir vontade de sair da caman, não ter vontade de atender ao telefone, não conseguir esboçar um sorriso. Uma dor, uma falta, um sentimento de algo preso na garganta. Tristeza, dor, planos jogados fora. Tudo estranhamente diferente. Difícil descrever, difícil sentir, mas algo presente nos últimos dias. E agora?

Bola de neve

As coisas vão acontecendo, se transformando em uma bola de neve e de repente a gente percebe que aquela bolinha de gelo se transformou em uma bola de neve gigante que não tem mais volta. Uma bola gigante sem necessidade. Uma bola gigante que a gente não deu conta de parar de rodar e ela foi só crescendo. Se hoje eu parar prá pensar no motivo real de tudo o que está acontecendo eu me perco mas não encontro. Era prá ser diferente. Era para tudo ser diferente. Mas hoje, depois da dimensão que as coisas tomaram, só resta entender que acabou e que não tem mais por onde ir. Se um dia, nós conseguirmos destruir essa bola sem escudos de defesa, sem armas de agressões, sem palavras rudes, sem perguntas demais e sem respostas de menos, talvez nesse dia a gente consiga perceber que, atrás dessa bola inventada tem um mundo esperando pela gente e que ainda podemos ser felizes. Resta saber se vamos conseguir e se o tempo nos dará uma nova chance. por hora, só nos resta contar com o tempo e com o que ele pode nos trazer. Isso não quer dizer que essa espera não será acompanhada de angustia, saudade e tristeza. Mas agora o melhor é esperar - que a poeira assente, que a gente entenda o que aconteceu, que a gente reconheça o que fizemos com a gente e que as horas passem. Hoje, a certeza é que a bola é grande demais e muito pesada prá aguentar carregar. Não consigo. Mas sofro tanto com isso.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eu queria

É. Eu queria que fosse diferente.

O amor foi assassinado

O amor não acaba simplesmente. Ele não morre de repente. Ele é assassinado. E normalmente não é um assassinato rápido, com um tiro certeiro. É um assassinato lento e cruel. Um assassinato a conta gotas. Ele vai sendo assassinado lentamente só que toda morte lenta é mais dolorida. E dói muito. Mas ele vai morrendo. Ele vai percebendo que está sendo assassinado e não consegue fazer nada. Fica alí, tentando sobreviver, lutando até o último momento por um vilete de vida que ainda lhe resta. Grita por socorro mas não é ouvido. Clama por uma ajuda, pede silenciosamente ao seu assassino que não faça isso. Chora, lamenta... o amor é forte e verdadeiro e só por isso luta. Mas por mais que lute uma hora seu assassino consegue o que aparentemente vem tentando a muito tempo. E aí aquele amor que era lindo, carinhoso, frágil, sincero e lutador,morre, aos poucos, devagarinho, sorrateiro, sofrendo... mas neste momento ele percebe que precisa entregar os pontos porque está muito mais morto do que vivo. É, depois de várias tentativas seu assassino saiu vencedor de uma luta desigual que ele travava consigo mesmo. Porque ele nem percebeu que o amor estava presente a todo momento com a intenção de fazê-lo feliz. E agora, depois de tudo o que o assassino fez, ele conseguiu matar o amor que existia.O amor morreu. Foi assassinado. E o que morre não ressucita. Com o amor não é diferente.

domingo, 21 de novembro de 2010

O para quedas não abre

Será que a emoção acabou? A forma de tratamento demonstra um pouco disso. As escolhas te demonstram um pouco disso. Talvez a emoção tivesse acabado e vc não percebia.

Amar, se entregar em um relacionamento é como pular de um avião sem para quedas com todas as esperanças de voar. É um risco. Você pode voar ou se estatelar no chão. Eu pulei. Agora tenho tentado, com muito esforço, abrir o para quedas - mesmo sabendo que pulei sem ele - porque pulei com uma esperança gigantesca de voar e com a certeza de que voar seria possível. Estou quuuaaase caindo e tô morrendo de medo de me arrebentar ainda mais. Não acho mais que eu vá voar nesse pulo, mas eu queria pelo menos que a queda fosse amenizada.

Depois de hoje, talvez o Cazuza tenha razão

"Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor"

Cazuza

Assim como os gatos

Eu amo meus gatos. Sempre gostei de bichos, desde criança sempre estive cercada por eles e nos últimos quatro anos convivo muito mais próxima deles porque moram comigo. Divido minha casa, minhas noites, meus finais de semana.. sempre com eles quando estou em casa e vendo neles o carinho despretensioso e o amor quase incondicional. Amo-os e os respeito pelo sentimento e momentos que me dedicam de graça. Eu os trato bem e eles me retribuem. Simples.

Cada dia na minha vida tenho mais a certeza que o ser humano precisa aprender mais com os animais. Ninguém tem culpa de dedicar seu sentimento ao outro. E ao contrário dos animais, percebo que para algumas pessoas, a gente lhe dedicar um sentimento, um telefonema, uma conversa, um amor... ao contrário dos gatos, elas se sentem ofendidas ou seguras demais, não sei. Não pensam em cultivar o sentimento, mesmo que seja de longe. Eu quero cultivar o sentimento dos meus gatos por mim. Não os quero rebeldes, me arranhando, correndo e escondendo com medo de mim. Quero que eles percebam que vale a pena eles dedicarem a mim este sentimento. Ao contrário dos gatos, às vezes percebo que algumas pessoas dão a entender que estão ofendidas por você nutrir este sentimento por elas e acabam te ofendendo de graça. Dá a enteder que a segurança do seu sentimento não requer cuidado, pode pisar, brigar, maltratar e a pessoa pensa que você estará sempre alí. Pode até ser que um dia vc tenha feito algo que ofendeu (assim como já fez aos gatos em algum momento), mas talvez amenizar, relevar... seria melhor. Sempre que passo por isso, imagino um dos meus bichanos me acarinhando, roçando meu pé como sempre fazem e de repente eu lhes chutar, brigar, xingar. Acho que eles pensariam exatamente o que eu penso quando isso acontece comigo. Não pode dedicar um sentimento, isso é ruim? Então tenho que me afastar?

Diante de tudo isso, tenho certeza que ainda precisamos muito aprender com os gatos e tratar com mais carinho quem nos quer bem e nutre por nós um sentimento sem cobrar muito, a não ser um afago, um respeito e um gesto de delicadeza. Porque tal qual os gatos, quando o oposto de tudo isso acontece, a gente se sente muito mal.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A casa fica bem melhor assim

Jogar fora, tirar, esquecer, ver que não é mais o que era (será que já foi um dia?). Perceber que as pessoas chegam, fazem o que bem entendem, agem de forma estranha e vão embora. Não é fácil mas chega o momento em que você precisa deixar tudo isso ir embora prá vc poder viver. Passado que já esteve tão presente e que vai saindo entre os dedos até que você perceba que já foi. Angustia, medo, tristeza, decepção e a certeza que a casa fica bem melhor assim.


"Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim

O céu de ícaro tem mais poesia que o de galileu
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim"

Paralamas

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Música que fala por mim

"Obrigado por tudo quanto
Você me fez por nada

Por nada se mata
E morre de amor
Não quero parecer com nada
No mundo porque

Apesar da entranha ferida
Donde eu saí pro nada
Do nada também se nasce

Uma flor com todo seu poder
De coloração e magia

Tudo isso é uma questão de saber
Saber viver
Tudo isso é uma questão de amar
Pra entender
Tudo isso é uma questão de querer
Reconhecer
Que quem sabe tudo
nada há de ser
, nesse compasso
Há espaço pra quem quiser viver

Muito obrigado
Muito obrigado
Muito obrigado
Por tudo que eu tenho passado
"

Djavan

domingo, 24 de outubro de 2010

Eu quero é botar meu bloco na rua

"Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca
Que eu fugi da briga
Que eu cai do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa
Mas que eu dei bobeira

E que Durango Kid quase me pegou
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Ginga pra dar e vender
Eu por mim queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo
Um grilo menos nisso
É disso que eu preciso

Ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval
Eu quero é botar meu bloco na rua...
Há quem diga que eu dormi de touca...
Há quem diga que eu não sei de nada...
Eu quero é botar meu bloco na rua..."

É isso. Vamos carnavalizar!!!!

Então...

Não precisei de uma semana. Hoje. Menos de cinco dias depois. Foi isso. Deu certo em partes, consegui o que queria. Vamos ver se acontece.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Perspectivas

Planos, desafios e sonhos. Eles são necessários para darmos sequência na vida. A vida sem planos, sem projetos, sem sonhos transforma-se na tarde morna e cinza do dia interminável. Tenho planos. Tenho sonhos. Tenho perspectivas. A partir daí parto para uma nova empreitada. Concorrendo? Sempre. Comigo,com os outros e com os planos. Querendo? Sim. Muito. Mas colocando nas mãos de Deus para que ele me guie pelos melhores caminhos. Daqui há uma semana acredito que escreverei sobre este resultado. Positivo, espero. Muito. Sucesso.

Sem garantias

"Não existem garantias. Sob a perspectiva do medo, nada é suficientemente seguro. Sob a perspectiva do amor, nada é necessário". Emmanuel

Não adianta medo porque a insegurança aparece em cada fresta.
Não resolve amor, porque nada seria necessário se o amor realmente fosse percebido.
Quando nada é necessário é porque o tudo que se tem neste amor é suficiente.
Quando tudo o mais era necessário,além de você e do que você e tudo o que circulava a relação, era porque não era amor.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quando o amor torna-se inútil

"Quando o amor é grande demais torna-se inútil: já não é mais aplicável, e nem a pessoa amada tem a capacidade de receber tanto. Fico perplexa como uma criança ao notar que mesmo no amor tem-se que ter bom senso e senso de medida. Ah, a vida dos sentimentos é extremamente burguesa."

"Uma vez irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma desta vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos, com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria..."

Clarice Lispector

domingo, 17 de outubro de 2010

Até prá morrer você tem que existir

Recomeçar causa medo. O conforto mesmo que desconfortável de se estar em um lugar é mais comodo. Mas não pode ser mais. Há algo que acabou e não por pirraça, por necessidade de acaber, por questões feitas pelo outro ou por vc mesmo. Na verdade acabou porque acabou o sentimento dos dois. Ninguém sente mais. O outro já demonstrou com atos e falas que o sentimento acabou e vc, mesmo sem querer admitir, começa a refletir o que te prende. O que te prende é a existencia de um sentimento que não existe. O que te prende é um medo de perder algo que vc já não tem. Chega. é hora de recomeçar. Nada se sustenta sem paixão. Apesar do medo, não adianta mais resistir. É hora de compreender e com o tempo ver que já foi, já passou e já passou há muito tempo. A vida tem que te reservar outros rumos, outros horizontes e por mais que cause medo, dor e espanto vc precisa deixar ainda mesmo que pequeno o sentimento existir, porque como diz o Otto "até prá morrer voce tem que existir". Depois de tanta decepção, este sentimento só existe hoje com o objetivo de morrer.

domingo, 3 de outubro de 2010

Sem mais prá dizer

Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
Me bota na boca
Um gosto amargo de fel...

Depois
Vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar
Um bocado de mel...

Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo
Reflito e estendo a mão
E assim nossa vida
É um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando:
Até quando?...

São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal...

Não quero a razão
Pois eu sei
O quanto estou errado
E o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais
Pra engolir...

Veja bem!
Nosso caso
É uma porta entreaberta
E eu busquei
A palavra mais certa
Vê se entende
O meu grito de alerta
Veja bem!
É o amor agitando o meu coração
Há um lado carente
Dizendo que sim
E essa vida dá gente
Gritando que não...

Gonzaguinha

A arte de ser leve

Hoje comprei um livro da Leila Ferreira com este título. É isso que eu preciso hoje e acho que todo mundo. Na verdade, vejo que as coisas desandam na maioria das vezes pelo peso que lhe são colocados e pelo peso da gente mesmo. Transcrevo aqui alguns trechos que neste início de leitura já me fizeram pensar ainda mais na importância de se tentar ter uma vida leve.

" "Tem gente que vem pro mundo de caminhão e tem gente que vem de bicicleta. Eu sou da turma da bicicleta." Acostumada a arrastar baús cheios de ansiedade e de medos, tive certeza, naquela hora, de que estava na outra turma: a das carretas com excesso de carga, que trafegam perigosamente por estradas sem acostamento. Pensei no tamanho do Scania que usava para transportar minhas complicações e decidi que era hora de mudar de vida. Isso em um primeiro momento. Depois vi que "mudar de vida" era uma meta muito ambiciosa. Mas existe a perspectiva de mudança." (...)

" "É preciso ser leve como o pássaro e não como a pluma" A pluma flutua - um voo sem plano, sem direção, sem desafios. Os pássaros riscam o ar com precisão, colocam a leveza a serviço do existir. Uma pedra pode interromper o voo, mas até que isso aconteça as asas sabem como e onde ir. Quando penso em leveza, penso na possibilidade de sermos pessoas capazes de deixar o mundo menos opaco, menos pesado, menos inerte. Pessoas que se sentem melhor com elas mesmas e são mais agradáveis, mais delicadas, mais generosas. Acima de tudo, pessoas que conseguem também fazer a viagem (cada vez mais rara) de sair delas próprias para enxergar o outro."

"Corremos o perigo de emagrecer o corpo e ficar com obesidade mórbida de espírito. Corpos rijos e enxutos, circulam num mundo cheio de almas adiposas, engordadas pela autocomplacência. Com o corpo, todo rigor é pouco, mas nos perdoamos com enorme facilidade por nossa impanciência, nossa falta de civilidade, nossa incapacidade de ouvir, nossa rispidez. Não são apenas os outros que nos rodeiam que saem perdendo. O peso afeta profundamente a pessoa que o carrega - ainda que não perceba. Seres que passam a vida arrastando correntes são infelizes. Almas gordas, mais que intoxicar os outros, intoxicam-se."


Depois de ler tudo isso, pretendo reafirmar o que já venho dizendo há tempos: é NECESSÁRIO ser leve. Meu Deus, como isso é importante para se viver melhor. Meu Deus como preciso praticar isso diariamente e procurar me rodear de pessoas que comungam desse meu pensamento...

O "talvez" foi mais forte que o brilho

Se era um "talvez" era pq não tinha certeza. Nunca se tem. Mas um "talvez" ofuscou o brilho instantâneo. Era um brilho fosco que se acendeu com uma esperança e com promessas e se apagou com mais uma decepção. Se apagou pelas dúvidas, pelas expectativas diferentes e pela falta de valorização do que se sente. Talvez ainda brilhe mesmo assim? Não sei. Mas se naquele dia do post abaixo havia uma dúvida carregada de esperança enorme de brilhar e uma vontade enorme de fortalecer esse brilho, hj essa esperança está cansada, decepcionada. Triste e sem entender o porque o esforço para fazer brilhar e o compromisso com a verdade não foram os mesmos dos dois lados. Urgência emocional. Talvez...

domingo, 15 de agosto de 2010

Talvez ainda brilhe

É. Talvez ainda brilhe. Mas com uma intensidade diferente. Um brilho mais fosco mas mais consistente. É importante escolher se ainda se quer esse brilho. Sim. Ainda quero. A partir de minhas escolhas vejo as coisas acontecerem. As histórias tomam seu rumo. A escolha é a mais acertada? Nunca vou saber porque toda escolha predispõe uma perda. Se escolhi andar deste lado, vou deixar de andar do lado de lá. E o que tem realmente do lado de lá eu não vou saber. Não gosto de rótulos, de muitos nomes de sufoco. Me senti sufocada, apertada e não gostei disso. Aqui continuo na corda bamba mas em uma conversa comigo mesma percebo que as decisões estão nas minhas mãos. Sempre. O medo sempre vai existir. Mas agora, nesse momento, quero a calmaria morro abaixo (ou acima). Quero o conhecido ainda muito mais desconhecido. Sabia que isso aconteceria. No fundo sabíamos. Ando numa corda de nylon forte como aço. Me equilibro daqui e dali mas ciente das minhas escolhas. E qdo tenho essa consciênca, tudo parece mais leve. Está aqui,na minha mão. Vou até onde me fizer feliz e eu escolher. MAs com a consciência também que é preciso leveza, confiança, respeito e admiração. Ainda tenho.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A necessidade de dar Adeus e começar

Chega essa hora e é difícil. É difícil quando a gente percebe que é hora de dizer adeus, que todos aqueles planos passaram, que aquela magia se desfez, que tudo deixou de ser como era. Acabou o brilho, não brilha mais. Mas a sensação de que a partir de agora a vida toma rumos diferentes é uma coisa sufocante e amendrontadora. é dif´cil.

É difícil aceitar que acabou mesmo tendo esta certezaq. É difícil entender e aceitar que aquele sentimento não existe mais em nenhum dos dois. E os dois querem que exista mas não conseguem.

Não adianta tentar acender uma fogueira que foi apagada com um balde de água gelada. O carvão está molhado e não vai mais se ascender nem com a mais forte das chamas. Não agora. Pode ser que um dia se reascenda, depois de seco, mas isso só se o carvão for bom. Se não for, ficará apagado alí, esquecido no campo, mesmo com todas as tentativas de reascendê-lo.

Mas o medo segue e desprender-se do que podia ter sido é uma luta desigual. E os dois seguem nessa batalha. Com eles.

Paixão

"Paixão é verbo latino (patior) que significa sofrer ou suportar uma situação dificil. É uma emoção de ampliação quase patológica. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio."

Enfim, se é isso exatamente ou não, o fato é que paixão é realmente uma coisa estranha. Vem, te acomete, vc vai até onde não sabe se aguenta e depois vê que ela se foi. E quando ela se vai, fica aquele receio de deixar ir, de perder o contato, perder o rumo, perder o que ainda não foi mas que talvez podia ser. Logo depois da paixão vem o medo. O medo ou o amor. Mas normalmente vem esse medo que sufoca, que aperta, mas que acontece. E quando a gente vê, o fruto daquela paixão está indo, alí do lado, vivendo a vida, rindo, brincando e as duas pessoas normalmente não se suportando. E lutando contra isso. Lutando para que não acabe o que já se acabou.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Presença de uma ausência concentida

Cheiro de coisa boa, momentos mágicos, risadas de doer a barriga.
Carinho quente, aconchego delicado, segurança antecipada, ciúmes precipitados.
Alegria de estar sem defesa e sem medo.
Um projeto de ir alí juntos mas sem a urgência de compromissos, datas ou motivos.
A brincadeira das funções caseiras do cotidiano. Almoço, jantar, café e muita fome disso e de tudo.
A encomenda velada de mais um encontro pra plantar muito além de temperos.
Tomar os próximos cafés nas canecas esmaltadas que estão sob promessa de mais um afeto.
Corpo marcado trazendo lembranças de momentos que misturaram força, sedução e delicadeza.
Pele. Cheiro. Química e física encaixados na medida certa.
A velocidade de uma proximidade despretenciosa que começa a fazer parte do presente. Sem dar nomes, sem o peso de ser futuro. Só sendo. Isso.
Dias felizes e a gente alí. Tão perto e tão longe.
A cabeça dividida entre o passado que insiste em rondar os pensamentos e a vontade de viver tudo o que nos espera. Os dois fazendo um convite para o outro de mudar de estrada. Sem tempo e sem espaço. Sem promessas e sem o peso das expectativas depositadas.
Só com a urgência despretenciosa de viver leve e mais feliz.

domingo, 27 de junho de 2010

Mas também vale

É. Mas também vale. Vale e mesmo sem expectativas. Sem expectativas vou deixar a vida me levar e as coisas acontecerem afinal, à proimera vista a paixão não tem defesa.


"A primeira vista
A paixão não tem defesa
Tem de ser um grande artista
Pra querer se segurar
Faz tremer a perna
Faz a bela virar fera
Quando alguém que a gente espera
Quer se chegar

Só de pensar
Já me faz mais feliz
Nem bem o amor começa
Eu já quero bis

Chega e instala a beleza
No mesmo momento. . .

Ilusão tão boa
Quanto o astral de uma pessoa
Chega junto, roça a pele
E já quer se enroscar
Lê seu pensamento
Paralisa seu momento
Ao se encostar

Felicidade pode estar pelo sim
Às vezes do teu lado
Tem alguém afins

Chega e instala a beleza
No mesmo momento. . .

Vem andar comigo
Numa beira de estrada
Desse lado ensolarado
Que eu achei pra caminhar
Vem meu anjo torto
Abusar do meu conforto
Ser meu bem em cada porto
Que eu ancorar

Felicidade pode estar pelo sim
Às vezes do teu lado
Tem alguém afins

Chega e instala a beleza
Momento de sonho real..."

(Lô Borges e Ronaldo Bastos)

Quase um ano depois. Igual mas diferente

Há quase um ano não venho por aqui. Precisei reler para relembrar. Precisei reler para querer voltar. Volto igual, mas volto diferente. Volto percebendo que realmente "o essencial é invisível aos olhos". Volto e permaneço com a certeza que é preciso reiventar e concordar com o curso dos acontecimentos. Quando, como e porque as coisas acontecem? Pensamentos soltos que nos levam a tentar responder pelo menos uma dessas perguntas. Não sei. Não é impertativo saber. é imperativo deixar as coisas acontecerem sem expectativas. Relendo relembrei. Relembrando de épocas e situações percebi o quanto a expectativa nos leva a lugares que a gente nem imagina. Nos leva a vontades talvez desnecessárias se fossem reais. Como são expectativas a gente se frusta. Percebi nesse tempo como me frustei. A princípio com outras pessoas e situações. Mas não. Foi comigo, foram com as minhas expectativas. As pessoas e as situações são as mesmas. Exatamente as mesmas sempre. Eu é que as queria diferentes, do meu jeito. Como não foram,não me satisfizeram. Sofro. Sofro às vezes. Mas esta é a pergunta: o sofrimento é de fato por algo ou alguém real ou por algo e alguém criado por mim? Uma projeção de perfeição, de querer que o outro seja. Não é. Não será. Não como eu quero. Mas é e sempre será como é. E dessa forma não é o que eu quero. Mas eu quero a expectativa. E assim vai a eterna disputa entre a razão e a emoção. Já saber dessa diferença já é o início de uma nova caminhada. Sem expectativas.