domingo, 15 de março de 2009

Estes últimos dias tem sido no mínimo intrigantes. Problemas com cara de solução logo alí na esquina. É preciso paciência, saber esperar. Sabedoria para entender que existe retorno. E que as coisas boas, logo logo retornarão. Mas para isso é preciso diarimente de sabedoria e simplicidade.


“Diz Manoel de Barros: “Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar. Sábio é o que adivinha."

“Sabedoria é a arte de degustar. Sobre a sabedoria Nietzsche diz o seguinte: “A palavra grega que designa o sábio se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphus, o homem do gosto mais apurado. “A sabedoria é, assim, a arte de degustar, distinguir, discernir. O homem do saberes, diante da multiplicidade, “precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço.“ Mas o sábio está à procura das “coisas dignas de serem conhecidas“.

Imagine um bufê: sobre a mesa enorme da multiplicidade, uma infinidade de pratos. O homem dos saberes, fascinado pelos pratos, se atira sobre eles: quer comer tudo. O sábio, ao contrário, para e pergunta ao seu corpo: “De toda essa multiplicidade, qual é o prato que vai lhe dar prazer e alegria?“ E assim, depois de meditar, escolhe um...A sabedoria é a arte de reconhecer e degustar a alegria. Nascemos para a alegria. Não só nós. Diz Bachelard que o universo inteiro tem um destino de felicidade.

A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela provou e aprovou. Aprovadas foram as experiências que deram alegria. O que valeu a pena está destinado à eternidade. A saudade é o rosto da eternidade refletido no rio do tempo.

É para isso que necessitamos dos deuses, para que o rio do tempo seja circular: “Lança o teu pão sobre as águas porque depois de muitos dias o encontrarás...“ Oramos para que aquilo que se perdeu no passado nos seja devolvido no futuro. Acho que Deus não se incomodaria se nós o chamássemos de Eterno Retorno: pois é só isso que pedimos dele, que as coisas da saudade retornem."

Rubem Alves

quinta-feira, 12 de março de 2009

Por mim de novo

Eu nunca fui uma moça bem-comportada, calada, simpática.....
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal-resolvido sem soluços...
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo e não estou aqui pra que as pessoas gostem de mim, mas pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho e seduzir somente o que me acrescenta.....
Tenho uma relação de amor com a escrita e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Eu sei chorar toda encolhida abraçando o travesseiro.
Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.
Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar.
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro de alguma forma, no toque mesmo, na voz ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades...
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos: são eles que me dão a dimensão do que sou.

Os meus desejos

Que o canto da maturidade jamais asfixie a minha criança interior ...
Que o meu sorriso seja sempre verdadeiro .
Que a música seja minha companheira de momentos secretos comigo mesma.
Que os meus momentos de amor contenham a magia de minha alma eterna em cada beijo .
Que os meus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida como o amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço onde minha alma dance na luz.
Que em cada passo meu fiquem marcas luminosas de minha passagem em cada coração.
Que em cada amigo o meu coração faça festa e celebre o encanto da amizade profunda que liga as almas boas.....

Desejos de fé nessa nova caminhada!