segunda-feira, 26 de julho de 2010

A necessidade de dar Adeus e começar

Chega essa hora e é difícil. É difícil quando a gente percebe que é hora de dizer adeus, que todos aqueles planos passaram, que aquela magia se desfez, que tudo deixou de ser como era. Acabou o brilho, não brilha mais. Mas a sensação de que a partir de agora a vida toma rumos diferentes é uma coisa sufocante e amendrontadora. é dif´cil.

É difícil aceitar que acabou mesmo tendo esta certezaq. É difícil entender e aceitar que aquele sentimento não existe mais em nenhum dos dois. E os dois querem que exista mas não conseguem.

Não adianta tentar acender uma fogueira que foi apagada com um balde de água gelada. O carvão está molhado e não vai mais se ascender nem com a mais forte das chamas. Não agora. Pode ser que um dia se reascenda, depois de seco, mas isso só se o carvão for bom. Se não for, ficará apagado alí, esquecido no campo, mesmo com todas as tentativas de reascendê-lo.

Mas o medo segue e desprender-se do que podia ter sido é uma luta desigual. E os dois seguem nessa batalha. Com eles.

Paixão

"Paixão é verbo latino (patior) que significa sofrer ou suportar uma situação dificil. É uma emoção de ampliação quase patológica. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio."

Enfim, se é isso exatamente ou não, o fato é que paixão é realmente uma coisa estranha. Vem, te acomete, vc vai até onde não sabe se aguenta e depois vê que ela se foi. E quando ela se vai, fica aquele receio de deixar ir, de perder o contato, perder o rumo, perder o que ainda não foi mas que talvez podia ser. Logo depois da paixão vem o medo. O medo ou o amor. Mas normalmente vem esse medo que sufoca, que aperta, mas que acontece. E quando a gente vê, o fruto daquela paixão está indo, alí do lado, vivendo a vida, rindo, brincando e as duas pessoas normalmente não se suportando. E lutando contra isso. Lutando para que não acabe o que já se acabou.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Presença de uma ausência concentida

Cheiro de coisa boa, momentos mágicos, risadas de doer a barriga.
Carinho quente, aconchego delicado, segurança antecipada, ciúmes precipitados.
Alegria de estar sem defesa e sem medo.
Um projeto de ir alí juntos mas sem a urgência de compromissos, datas ou motivos.
A brincadeira das funções caseiras do cotidiano. Almoço, jantar, café e muita fome disso e de tudo.
A encomenda velada de mais um encontro pra plantar muito além de temperos.
Tomar os próximos cafés nas canecas esmaltadas que estão sob promessa de mais um afeto.
Corpo marcado trazendo lembranças de momentos que misturaram força, sedução e delicadeza.
Pele. Cheiro. Química e física encaixados na medida certa.
A velocidade de uma proximidade despretenciosa que começa a fazer parte do presente. Sem dar nomes, sem o peso de ser futuro. Só sendo. Isso.
Dias felizes e a gente alí. Tão perto e tão longe.
A cabeça dividida entre o passado que insiste em rondar os pensamentos e a vontade de viver tudo o que nos espera. Os dois fazendo um convite para o outro de mudar de estrada. Sem tempo e sem espaço. Sem promessas e sem o peso das expectativas depositadas.
Só com a urgência despretenciosa de viver leve e mais feliz.