terça-feira, 13 de julho de 2010

Presença de uma ausência concentida

Cheiro de coisa boa, momentos mágicos, risadas de doer a barriga.
Carinho quente, aconchego delicado, segurança antecipada, ciúmes precipitados.
Alegria de estar sem defesa e sem medo.
Um projeto de ir alí juntos mas sem a urgência de compromissos, datas ou motivos.
A brincadeira das funções caseiras do cotidiano. Almoço, jantar, café e muita fome disso e de tudo.
A encomenda velada de mais um encontro pra plantar muito além de temperos.
Tomar os próximos cafés nas canecas esmaltadas que estão sob promessa de mais um afeto.
Corpo marcado trazendo lembranças de momentos que misturaram força, sedução e delicadeza.
Pele. Cheiro. Química e física encaixados na medida certa.
A velocidade de uma proximidade despretenciosa que começa a fazer parte do presente. Sem dar nomes, sem o peso de ser futuro. Só sendo. Isso.
Dias felizes e a gente alí. Tão perto e tão longe.
A cabeça dividida entre o passado que insiste em rondar os pensamentos e a vontade de viver tudo o que nos espera. Os dois fazendo um convite para o outro de mudar de estrada. Sem tempo e sem espaço. Sem promessas e sem o peso das expectativas depositadas.
Só com a urgência despretenciosa de viver leve e mais feliz.

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